A Cia Lunay desenvolve um estilo de dança chamado Tribal Brasil, que se configura de diferentes formas, tendo como característica principal os trânsitos e traduções de gestos e vestígios das danças populares e afro-brasileiras em fricção com a dança do ventre, indiana e flamenco.
O grupo é coordenado por Kilma Farias desde 2003. Kilma é jornalista, professora de dança do ventre e tribal, mestra em Ciências das Religiões onde desenvolveu a pesquisa “Arte de si na dança Tribal” e agora conclui a Licenciatura em dança na UFPB com a pesquisa “Processo criativo no ensino da dança tribal: entrelaçamentos entre corpo e memória”. Esta última tendo como objeto de pesquisa o espetáculo Iranti.
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Além das negociações de linguagens que performam através da estética do fusion, a Cia Lunay atua como um grupo-escola, por onde as alunas da professora Kilma transitam antes de seguirem na cena cultural como artistas independentes. Sendo assim, a Cia Lunay já abraçou mais de 50 bailarinas que imprimiram suas memórias de corpo e movimento no grupo. Memórias essas que são constantemente atualizadas ao serem reconfiguradas através da dança de outros corpos, entendendo as subjetividades e afetividades também como corpo.
Nesses 15 anos, o grupo já montou 9 espetáculo, sendo dois premiados com melhor produção e melhor espetáculo em mostras estaduais, vindo a representar a Paraíba no Fenart. A Cia Lunay desenvolve o projeto Caravana Tribal Nordeste desde 2010, realizando oficinas e mostras de dança em todo Nordeste de modo itinerante. O grupo participa ativamente da cena Tribal, tendo ministrado workshops na Argentina, Peru e Estados Unidos, além de diversos Estados brasileiros.
A montagem de Iranti teve início em 2017 com pesquisas de campo, investigações de corpo, processos de leitura e experimentações. O espetáculo traça e desdobra a história mítica da Deusa Mãe em suas frações e correlações divinas através de vestígios de diversas mitologias, em especial a afro-brasileira, mas de modo fragmentado, passando pelo catolicismo popular e universo das rezadeiras. Pretende ser uma dramaturgia desprendida de narrativa que traz a dança Tribal como expressão. A memória das bailarinas vai ressignificar outros trabalhos dançados na companhia desde 2003, assim como serão levadas para a cena as descobertas pessoais de cada intérprete na busca do despertar de uma mulher mais integralizada com todas as suas possibilidades de manifestação do feminino. Para tanto, foram propostos desafios pessoais a cada uma das intérpretes em busca de estados mais equilibrados de coragem, sensualidade, misticismo e potencialidade cuidadora: faces arquetípicas do feminino que foram elencadas para a montagem.
Assim, as bailarinas buscaram atividades como escalada, canoagem, surf, trekking, skate, entre outras, numa tentativa de desenvolver a atitude guerreira. E essa experiência vivida alimenta as pesquisas de corpo das bailarinas, trazendo os estados de presença necessários para cenas de duelos e enfrentamentos, por exemplo.
Mais do que um espetáculo comemorativo dos 15 anos da Cia Lunay, Iranti propõe o empoderamento das bailarinas dentro e fora do palco, nos fazendo refletir sobre as diversas atuações e expressões do feminino nas sociedades de ontem, hoje e do amanhã.
O espetáculo foi contemplado no edital de 2017 do FMC e se estrutura em 8 cenas com duração total de 30 minutos. As apresentações acontecem dias 21, 22 e 23 de setembro, às 20h, no Teatro Paulo Pontes. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ao valor de R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia.
Uma das propostas do grupo é o compartilhamento de saberes. Assim, dias 21 e 22 de setembro, das 9h às 12h, a Cia Lunay realiza a oficina gratuita “Fundamentos do Tribal Fusion”, também no Espaço Cultural. Para participar, precisa ser maior de 18 anos ou acima de 16 anos, acompanhado de responsável.
Ficha Técnica de Iranti
Direção: Kilma Farias
Produção: Joel Martins e Jaqueline Lima
Bailarinas: Lia Jost, Gabriela Parente, Jaqueline Lima, Kilma Farias, Verônica Alves e Yolanda Cavalcante.
Violinista: Kilma Farias
Trilha sonora: João Cassiano
Identidade visual: Thiago Trappo
Iluminação: João Batista
Figurino: Jaqueline Lima
Sonoplastia: Jéssica Nascimento
Fonte: Produção
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