O paraibano Mike Deodato Jr., desenhista com projeção internacional que em mais de 30 anos de carreira foi responsável por traços que marcaram as histórias de personagens como Mulher-Maravilha, Flash e Batman da DC Comics, e Elektra, Thor, Hulk e Vingadores da Marvel, foi um dos grandes nomes que participaram do terceiro dia da Expotec 2016.
O painel do eixo temático de Cultura pop do evento, mediado pelos professores do Iesp Geraldo Rodrigues, Vinícius Melo e Jader Rodrigues, deu-nos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história e o legado deste grande artista. Filho do jornalista Deodato Taumaturgo Borges, criador do super-herói Flama para as novelas do rádio, Mike Deodato, falou sobre seus primeiros passos. Foi estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba – UFPB e, por um tempo, trabalhou em jornais locais e agências de publicidade até conseguir deslanchar sua carreira como desenhista.
Quando questionado a respeito da mulher maravilha, um de seus primeiros personagens de peso na linha editorial DC Comics, Deodato mencionou que a priori não gostava da personagem, mas aceitou a oportunidade de trabalhar com ela em prol de seu crescimento profissional. Seu traço específico, lidando com o escuro e o claro de forma única e imprimindo de forma acentuada a sensualidade, por muitos atribuída a sua nacionalidade brasileira, à Mulher-Maravilha com curvas arredondadas e voluptuosas, marcaram a época. Essas características apesar de desenvolvidas ao longo dos anos ainda são notórias nos seus trabalhos atuais com a Marvel com quem tem atualmente contrato de exclusividade.
Com um portfólio admirável, Mike Deodato revelou em entrevista exclusiva ao Se Liga na Pauta que ainda existem personagens que almeja desenhar e ainda não teve oportunidade como Conan, o qual já fez uma capa, mas desejaria trabalhar com uma história completa. Além deste, citou que tem interesse e que pouco desenvolveu temas como faroeste.
Em resposta a qual seria o trabalho que o deixa mais orgulhoso, aquele que melhor exprime seu trabalho e quem é o artista, Deodato mencionou “Quadros, lançado pela editora Mino ano passado (2015). É um trabalho autoral. São histórias curtas falando sobre tudo, religião, meu ponto de vista sobre um monte de coisa. Eu estou bem exposto ali. Eu fiquei bem orgulhoso desse trabalho”.
Assistam a reportagem de Mike Deodato Jr. na íntegra no nosso canal no Youtube (minutagem 6:35)
O Se liga na Pauta aproveitou a presença deste renomado profissional envolvido neste nicho de mercado para indagar sobre a grande polêmica do momento envolvendo a alteração do gênero de personagens que foram iconizados na figura masculina e sua repercussão. Se seria o caso de criar novos personagens com as devidas características necessárias para o alcance de causa ou a medida de alterar personagens é bem plicada.
Segundo, Mike Deodato “para ter um maior impacto, essa ideia de pegar personagens conhecidos e substituir, tem um impacto maior tanto com resposta negativa quanto com positiva, mas causa mais polêmica e chama mais atenção da mídia e, portanto, do público também. Eu acho importante a inclusão, os quadrinhos têm sido feitos há muitos anos com gente branca, gente bonita, gente perfeita, um padrão que a sociedade vem perpetuando, e tem que entrar gente normal, gente do dia a dia, tem que entrar latinos, negros, japoneses, enfim, raças e nacionalidades diferentes para poder ter representação. No começo era um negócio que não dava muito público, mas agora o público está começando a responder positivamente, como o exemplo da Riri Williams que substituiu o Homem de Ferro, uma personagem de 16 anos, negra e tem sido uma resposta estrondosa. Os números em que ela apareceu estão sendo reimpressos porque tem novas vendagens. Então, é um sinal que havia uma parcela do público que queria se identificar com o personagem e tem muitos outros. Então acho muito positivo isso, contanto que o principal objetivo seja contar uma boa história. Se você fizer isso só pelo marketing, só para causar polêmica, não faz sentido, mas se houver uma história boa por trás disso, vale a pena fazer”.
Um exemplo a ser seguido pelos aspirantes à profissão de desenhista e um orgulho para toda Paraíba e todo o país ao levar o Brasil no coração e na ponta do lápis para o mundo, Mike Deodato Jr. foi um dos grandes nomes que enalteceram o terceiro e último dia da Expotec 2016.
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