3º Festival de Cinema de Rua de Remígio acontecerá de 13 a 16 de maio pela internet

O evento online é realizado pela Associação Cultural Pedra da Letra, com apoio da Prefeitura de Remígio e da Universidade Estadual da Paraíba.

O Festival de Cinema de Rua de Remígio está em sua terceira edição que acontece de 13 a 16 de maio. Este ano, devido a pandemia em decorrência do Covid -19, será realizado em formato online. O evento é produzido pela Associação Cultural Pedra da Letra, com o apoio da Prefeitura Municipal da cidade de Remígio e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e ainda conta com a colaboração das produtoras Ypurana Cultural, Toco Filmes e Ágora Projetos, além do suporte dos festivais Comunicurtas UEPB e FESTCIMM (Festival Internacional de Cinema do Meio do Mundo – SP).

O evento visa difundir a produção cinematográfica e incentivar produções audiovisuais locais, regionais e nacionais. Será composto por sessões de exibição de filmes, debates, palestras, oficinas, webnários e lives, tudo pela internet e mídias digitais como o Youtube, Facebook e Instagram.

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Ele nasceu como fruto da extensão do Festival Audiovisual de Campina Grande, o Comunicurtas UEPB, que chegou à cidade no ano de 2017 com uma Mostra Itinerante. Devido ao sucesso entre a população local que, no ano seguinte, a partir da iniciativa de jovens artistas, resolveu promover o 1º Festival de Cinema da cidade. E que hoje chegou em sua terceira edição.

O nome do evento faz alusão ao fato da cidade se orgulhar e manter em funcionamento ininterrupto a sua sala de exibição de filmes. Há cerca de 10 anos, o empreendedor Regilson Cavalcante mantém em funcionamento o único cinema de rua da Paraíba, o Cine RT.

A edição 2020 será leva o nome “festival de rua” em que o núcleo das ações serão ditadas pela comunicação online. E, em lugar da rua, do escuro de uma sala de exibição e da pipoca, haverá um webcinema onde cada um possui um lugar singular e modo de ser espectador.

O público será presenteado com sessões cujos filmes possuem uma capacidade original de levar à diversão, sensibilidade e reflexão, mas não deixa de marcar uma proposta que possa dar liga às ansiedades, solidões e, sobretudo, ao desejo pujante do convívio social. faz do isolamento um encontro cheio de convívios projetados no que os filmes apresentam.

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As recentes transformações socioculturais, o recrudescente ataque à democracia, o álibi moral e a poiesis do espírito humano se coadunam em temas que dão o espírito dessa edição do festival. Não haverá o escuro da sala, nem a satisfação dos sorrisos, mas vigorará o play, o clique conectado no aconchego dos lares. E, por isso mesmo, o desejo é que cada filme possa fazer renascer novas maneiras de nos relacionarmos com aprendizados que inspirem o convívio, que é a lei que constrói a humanidade.

O festival será realizado em três mostras: a Mostra Pedra de Letra – Panorama Nacional, que contempla produções audiovisuais de ficção e documentais com temáticas diversas que dialogam com a diversidade brasileira e abordagens contemporâneas de criações livres sobre a cultura nacional com 15 filmes concorrentes.

As segunda é a Mostra Arribaçã – Panorama Regional, que apresenta produções audiovisuais de ficção e documentais voltados para abordagens regionais, locais, dos costumes e de práticas de convivências de populações locais. Nela, 18 filmes estarão concorrendo.

A terceira é a Mostra Especial, na qual constam de filmes do projeto Cinema Instantâneo, com edições desenvolvidas em municípios interioranos deste nosso país com 4 filmes concorrendo.

A relação dos filmes selecionados para concorrer nas mostras do festival podem ser conferidos clicando aqui.

As exibições dos filmes nas mostras dos curtas será composta pelos filmes selecionados através de edital, e dos resultados das produções audiovisuais realizadas durante as oficinas ministradas nas escolas municipais.As atividades do evento serão todas gratuitas, e realizadas em parceria com a Caravana Comunicurtas Itinerante, projeto de extensão do Festival Audiovisual Comunicurtas UEPB, que em visita as cidades paraibanas, visa difundir e valorizar a produção da sétima arte no estado da Paraíba.

Homenageados

Esta terceira edição do Festival tem como homenageados à atriz e militante pelos Direitos Humanos, Fernanda Benvenutty; o ator Thardelly Lima; e à atriz Suzy Lopes.

Nascida em 1962, mulher trans e negra, Fernanda Benvenuty estudou Enfermagem e dedicou toda sua vida a militância pelos direitos LGBTs. Foi fundadora e presidente da Associação das Travestis da Paraíba (Astrapa) e vice-presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra).

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Ela foi uma das primeiras vozes a lutar contra a homofobia na Paraíba, o que a levou à conferências em Brasília, exigindo medidas do Congresso para o combate ao preconceito. Aos 14 anos, Fernanda fugiu com um circo, tornando-se atriz e bailarina. Na época, sofria em casa a falta de compreensão dos pais e familiares. A passagem circense na cidade brotou na ativista o gosto pelos sonhos de Carnaval, fundando em 2004 a agremiação carnavalesca Império do Samba.

Thardelly Lima é ator e arte-educador, graduado e especialista em Representação Teatral pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), de onde resultou o monólogo “Suçuarana”. Iniciou sua carreira artística no teatro no ano de 1999. Participa de trabalhos cênicos coletivos em grupos da cidade de João Pessoa (PB), como o “Graxa”, os “Fodidários”, “Ser Tão Teatro” e o lendário grupo “Piollin.

Com um currículo considerável, Thardelly tem em seu currículo trabalhos no teatro, na TV e no cinema. O ator atuou em espetáculos como “Alegria de Náufragos” e “Flor de Macambira”. Entre os anos de 2016 e 2020 participou de nove produções audiovisuais nacionais, a exemplo de “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro, e com muito destaque interpretou o icônico prefeito Tony Junior, no filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, em 2020. Ele também participou da novela “Amor de Mãe”, da Rede Globo, como o personagem “Edvaldo”.

Já Suzy Lopes é bacharel em Teatro pela UFPB e mestre em Literatura e Interculturalidade pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Atua como professora, contadora de histórias e produtora. Natural do município de Cajazeiras (PB), atriz mudou-se para a capital, João Pessoa, em 1992 onde reside até hoje.

Foi no Theatro Santa Roza que, ainda criança, se interessou por dança e ballet. Em 1995, sua mãe a presenteou com uma matrícula no curso de Teatro no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, arte que a encantou aos poucos e virou sua paixão e profissão.

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Segundo a atriz, ser homenageada é um momento único e emocionante, pois, ainda não tinha acontecido uma indicação como essa em sua carreira. “Tô muito emocionada. Pra mim é muito significativo ser homenageada no Festival de Cinema e de Remígio, sabe. Acho que é a primeira vez que sou homenageada, aliás, é a primeira vez que sou homenageada num evento. é muito bonito o reconhecimento, de você ser homenageada, e um privilégio muito grande. Que bom que vão conseguir fazer online, já que não tem como fazer fisicamente. Eu adoraria que eu pudesse ir fisicamente pra cidade abraçar as pessoas e ver essa energia. Lá tem muita energia, é muito lindo e emocionante”, diz.

A atriz marca presença importante na produção cinematográfica paraibana e nacional. Sua primeira aparição no cinema foi com a personagem Eliclaustenes, no filme “Era Uma Vez Eu, Verônica”, do diretor Marcelo Gomes. Em 2016, participou do curta paraibano “Atrito”, dirigido por Diego Lima, o que lhe rendeu prêmios de melhor atriz em diversos festivais de Cinema. Esteve em cartaz em filmes como Sol Alegria (de Tavinho Teixeira), Ambiente Familiar (de Torquato Joel), A Ética das Hienas (de Rodolpho de Barros), Beiço de Estrada (de Eliezer Rolim), Crua (de Diego Lima), A Febre (de Maya Da-rin), Fim de Festa (de Hilton Lacerda), Vestido Branco, Véu e Grinalda, de Marcelo Gomes, Divino Amor (de Gabriel Mascaro).

Suzy e mais cinco atores paraibanos fizeram parte do elenco do filme Bacurau, de Kleber Mendonça e Juliano Dornellas, obra brasileira que alcançou visibilidade internacional no importante Festival de Cinema de Cannes, na França, recebendo o Prêmio do Júri da Competição Oficial e conquistou o público no Brasil, lotando as salas de cinema. Ela é uma das grandes representantes do teatro paraibano contemporâneo, com uma carreira versátil e encantadora.

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Fonte: asssessoria e homenageados

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