Notoriamente o mais novo hit da Netflix, a série americana “13 Reasons Why”, é baseada no best-seller de mesmo nome “Por 13 razões (Tradução nacional)” do autor Jay Asher (2007) e começa com uma premissa inalterável: o suicídio de Hannah Baker.
A trama se desenvolve algumas semanas após a morte de Hannah (Katherine Langford) quando Clay (Dylan Minnette), um colega de classe, recebe uma caixa de sapato com algumas fitas cassetes. O conteúdo das fitas norteiam os treze motivos que levaram a adolescente à sua morte. Veja trailer abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=yB5JQr8jw7w
O enredo, antes de tudo mérito de Asher, é interessante e instiga a curiosidade do telespectador. No entanto, o ponto forte da série, inegavelmente, está em explicitar de forma dura e crua com representações surpreendentemente naturalistas de estupros e violência, situações do cotidiano de milhares de jovens que sofrem depressão, doença mental, bullying, ansiedade, entre outras inúmeras questões.
O debate sobre as pressões e sofrimentos enfrentados na adolescência, menosprezados por muitos adultos, encontrou em “13 reasons why” uma nova janela para o esclarecimento. Cada dia mais se ouve falar de suicídios de jovens favorecidos pela modernidade. Os jogos mortais da internet, como podem ser denominados, a exemplo dos desafios de asfixia, afogamentos e do novo Blue Whale (jogo em que a pessoa atende continuamente, por dias, ordens de um “curador” que culmina no suicídio) vêm aumentando sua incidência e mostram indícios que passam despercebidos aos familiares.
A série “13 reasons why” aquece no telespectador a preocupação com o silêncio e com o detalhe da vida dos adolescentes, impulsionando a atenção de profissionais escolares, colegas e familiares e aí está seu maior triunfo. Não obstante sua qualidade de despertar a reflexão, a série não é isenta de erros. Desenvolve-se uma história demasiadamente complicada, com diálogos repetitivos e situações improváveis. Apesar da temática pesada, a obra não se distancia dos dramas adolescentes já feitos e sobrecarrega de infortúnios os personagens.
Os equívocos identificados no enredo e na execução se redimem com cenas marcantes como a cena do suicídio de Hanna e pela coragem de demonstrar, mesmo que exacerbadamente no que concerne a execução, as dificuldades de ser adolescente, de cumprir com os arquétipos femininos e masculinos socialmente e de como pequenas atitudes são relevantes em grandes decisões.
Nessa perspectiva, em cerca de 24 horas da estreia da série, os maratonistas subiram a hashtag #NaoSejaUmPorque incentivando as pessoas a demonstrarem compaixão, carinho e amor pelo próximo evitando ser um incentivador de seu sofrimento.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Katherine Langford e Selena Gomez, cotada para protagonizar a série, mas que decidiu assumir apenas sua produção, sinalizaram uma possível continuação da série. Resta a legião de fãs aguardar confirmação.
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