ONU anuncia construção de centro de apoio a indígenas venezuelanos refugiados no Brasil em Boa Vista (RR)

No dia 26 de setembro, no Auditório Alexandre Borges, no campus da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista, ocorreu o debate sobre a situação da contínua imigração dos indígenas venezuelanos ao Brasil em razão da crise estabelecida em seu país de origem.

A proposta da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF), em parceria com a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), intenta fomentar o debate antropológico e social sobre os indígenas e subsidiar as políticas públicas voltadas à situação atual e direitos dos mesmos.

Uma das maiores populações indígenas da Venezuela, os Warao possuem cerca de 500 índios refugiados na cidade de Manaus. Com seu país em crise, o contingente de imigrantes, que vem evoluindo desde 2015, cresceu exponencialmente este ano de 2017. Segundo a Polícia Federal em Roraima, já foram contabilizados mais de 6,4 mil pedidos de refúgio de venezuelanos registrados de janeiro a junho deste ano.

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Com parte destes indígenas, inicialmente, vivendo em barracas de lona instaladas embaixo dos viadutos da capital amazonense e hoje ocupando casas alugadas e um alojamento no bairro Coroado, na zona leste do município, as autoridades decretaram situação de emergência e enfrentam dificuldades em atuar de forma humanitária para com os migrantes que continuamente chegam à cidade.

Outra localidade atingida pelo fluxo e permanência de imigrantes é a cidade de Pacaraima, no Nordeste de Roraima, que tem sido a porta de entrada para um número, cada vez maior, de venezuelanos que buscam fugir da crise.

Visando abrigar refugiados que se encontram em situações menos favorecidas a Organização das Nações Unidas aprovou a medida de construção de um Centro de Referência ao Refugiado e Migrante dentro da UFRR. A estrutura terá reforma custeada pela própria ONU e, futuramente, administrada pelas autoridades locais com força de trabalho dos servidores cedidos pela prefeitura, Estado, Federação e Acnur e funcionará como um aglutinador de todos os serviços oferecidos separadamente na cidade, a exemplo dos cuidados básicos como saúde e educação e dos serviços burocráticos como registros, carteiras de trabalho e documentações em geral.

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O “problema” das populações refugiadas tem se agravado por inúmeros territórios do mundo em resposta aos desencontros políticos e conflitos bélicos, aparentemente, contínuos e constantes. A intervenção da ONU é um passo para uma resolução momentânea do caso frente a situação que se instaurou no Brasil, mas o tema ainda prevê muitos debates e reflexões sobre a melhor forma de atuar benéfica e prosperamente junto a esses povos e sobre a construção de uma estadia produtiva ou não em solo brasileiro.

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