Por Cephas Castro
Com letras de empoderamento LGBTQ ou fazendo uso de suas imagens (propositalmente ou não) para levantarem questionamentos acerca da temática em questão, a visibilidade vem por meio da música. E se não tem abertura na grande mídia brasileira, o YouTube tornou-se alternativa.
Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira, Banda Uó, Rico Dalassam, MC Queer, MC Trans, Johnny Hooker são apenas alguns nomes que despontam e se atrelam a tantos outros no ambiente virtual. Cada um à sua maneira conquista e concede visibilidade a temas antes restritos. Unem-se dessa forma aos hinos icônicos internacionais e que personificaram personagens nas décadas de 70 e 80, como I Will Survive (Glória Gaynor),Y.M.C.A. (Village People), I Want You Break Free (Queen).
Lia Clark, Glória Groove, Aretuza Lovi e Pablo Vittar também vem nessa leva de artistas conscientes de seu espaço, e que fazem uso da plataforma de compartilhamento de vídeos para alçarem maior visibilidade e suscitarem debates importantes. Uma rápida busca por seus clipes e a demonstração de que o público tem aceito seus trabalhos ainda vem regado de comentários LGBTfóbicos. O que demonstra a importância de que tais vozes e canções com intérpretes como estas sejam cada vez mais comuns.
A forte mensagem passada na música “Império”, de Glória Groove, com uma voz imponente, nos faz refletir e ultrapassa a cena antes marginalizada atingindo diferentes públicos e se tornando um hino visto e ouvido mais de 1 milhão de vezes.
Por meio de músicas que incorporam as vivências do público em questão ou aflorando seu lado artístico e resignificando a imagem e o conceito de gênero pré-determinado, essas e esses artistas estão sempre em processo de desconstrução e construção – e provocando o mesmo em seus ouvintes. Através do funk, brega, MPB, RAP e demais gêneros musicais as bee, as mina, as mona, as travestis têm espaço garantido no site de compartilhamento de vídeos e suas vozes estão sendo ouvidas por meio dessa nova construção que se segue.
“Do nada cê liga a TV” e elas vão estar na Globo e onde bem entenderem. Parece que o jogo virou, não é mesmo? Só respeita e aceita, porque, assim como diz a letra de “Império”:
“Viver no mundão tá ligado que é caso sério
Dando a cara a tapa e às vezes sem ter critério
Levar o legado sendo parte do mistério
Trabalhar pra prosperar
Ascenção do império”
Que assim se siga e que verdade seja dita, estas são as verdadeiras Divas!
As letras, algumas consideradas “pesadas” por serem diretas, não vão te machucar tanto quanto a agressão proposital e desproporcional sofrida pelos integrantes da comunidade LGBTQ.
Aqui o close é certo, fiscal de amor não tem vez e o fervo também é luta!
Não torce o nariz – ou torce-. Mas se te ofendeu, não “chorry”!
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