Os espetáculo A mulher monstro e boca de forno agitam as terças-feiras na Casa da Pólvora

Pólvora Cultural apresenta no dia 22, terça, as 20h, o espetáculo “A Mulher Monstro”, de José Neto Barbosa.

A tragicomédia fala do desrespeito para além do preconceito. Trata a atualidade política e social do Brasil através da figura de uma burguesa, falsa cristã, perseguida pela própria visão intolerante da sociedade, sem saber lidar com a solidão e as suas relações num tempo de ódio, golpes e corrupções vistos sem vergonha. Presa numa jaula, uma mulher se transforma num monstro.

O solo recebeu o titulo de Melhor Monólogo do Teatro Nacional 2017 da Academia de Artes no Teatro do Brasil/Prêmio Cenym. Já foi visto por mais de 06 mil e quinhentas pessoas. Com estreia em julho de 2016, “A Mulher Monstro” circulou por 14 festivais/mostras do país. Sem grandes patrocínios, passou por 07 estados, 03 regiões do país e 12 cidades brasileiras em 59 sessões.

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O processo de construção da peça começou em 2015, junto a efervescente polarização e crise política do país. Surgiu diante das barbáries sempre lidas e ouvidas de forma tão escancarada no dia a dia e, agora, acentuada não só na internet. É inspirado na poética da Mulher Monga/Konga dos parques e circos nordestinos de um passado recente, ainda presente no imaginário popular – uma forma poética de transpor o que realmente deve ser considerado como monstruoso.

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A encenação expõe falas reais, verdadeiras monstruosidades ditas e praticadas. São postos variados tempos-espaços em cena, denunciando expressões e atitudes radicalistas, fundamentalistas e segregacionistas do cotidiano. Aborda a discriminação social em tempos de alienação e ira, como a defesa do militarismo, armamentos e justiça com as próprias mãos. Não apenas metaforicamente enjaulada, ela argue as mais variadas faces da intolerância: xenofobia, racismo, sexismo, gordofobia, homolesbotransfobia e até mesmo o machismo sob alguns ângulos. A dramaturgia impacta posições de opressão, assédio, egoísmo e medo, tocando em questões urgentes de gênero, sua diversidade e o papel da mulher na sociedade. Mulher essa que mesmo quando reprodutora do machismo, ainda sim, é a maior vítima. Trata-se de uma personagem que ignorantemente se opõe ao feminismo. O ator-encenador também insere na obra memórias pessoais como subversão das dores e da sua depressão, num processo que documenta também situações da própria vida.

A peça foi inspirada no conto Creme de Alface de Caio Fernando Abreu escrita em plena ditadura militar, só publicada depois, durante a tentativa de redemocratização brasileira. Ainda tão atual, Caio F. fez única posição e registro encontrado sobre a obra antes de falecer: o que me aterroriza neste conto de 1975 é a sua atualidade.

Com a censura da época, seria impossível publicá-lo. Depois, cada vez que o relia, acabava por rejeitá-lo com um arrepio de repulsa pela sua absoluta violência. Assim, durante vinte anos, escondi até de mim mesmo a personagem dessa mulhermonstro fabricada pelas grandes cidades. Não é exatamente uma boa sensação, hoje, perceber que as cidades ficaram ainda piores, e pessoas assim ainda mais comuns.

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A evolução do espetáculo é genuinamente viva, adaptações do texto ocorrem de acordo com as manchetes e acontecimentos históricos e políticos. Cada sessão é passível de modificações e experimentações performáticas, culminando em necessárias interações com a plateia. Contatos do artista para imprensa: (84) 99466-9714 | semciadeteatro@gmail.com

Ficha técnica:
José Neto Barbosa: direção, dramaturgia, atuação, cenografia e figurino
Sergio Gurgel Filho: iluminação, sonoplastia e coordenação de palco
Mylena Sousa: fotografia e registros audiovisuais
Diógenes Luiz: concepção de maquiagem e sonoplastia
Alyson Oliveira e Augusto Freitas: assistência de produção

Algumas curiosidades sobre o espetáculo

– Construído a partir de declarações de figuras públicas não só nas redes sociais;
– Premiado Melhor Monólogo do Teatro Nacional 2017 pela Academia de Artes no Teatro do Brasil/Prêmio Cenym, onde em 2015 José Neto Barbosa venceu a categoria Melhor Ator: nas duas edições concorreu com nomes como Ary Fontoura, Álamo Facó, Paulo Betty, Gregório Duvivier, Marcos Veras, Marcos Caruso, entre outros grandes nomes do teatro brasileiro;
– Baseado na Mulher Monga/Konga dos parques e circos nordestinos;
– Inspirado no conto Creme de Alface de Caio Fernando Abreu, escrito em 1975 durante ditatura militar, mas só lançado em 1994;
– Vem lotando teatros com sucesso de público e crítica por onde passa, mas também tem sofrido boicotes e ameaças por extremistas políticos e partidários em cidades do Nordeste;
– Já passou por 12 cidades brasileiras, em 07 estados de 03 regiões do país, sendo destaque em mais de 14 festivais/mostras nacionais e internacionais;
– A Cia. conta com mais de 17 títulos entre premiações, indicações, menções honrosas e homenagens solenes;
– Durante todo o espetáculo o ator fica preso em uma jaula, iluminado por luzes domésticas numa mesa artesanal de operações;
– Peça impactante, interativa e que evolui suas cenas por sessões de acordo com fatos políticos e históricos;

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BOCA DE FORNO

O boca de forno é uma performance do Coletivo Som e Osso que nasceu a partir do jogo infantil homônimo, onde existe um mestre que dá as coordenadas de movimento que deve ser repetido pelos demais e que está jogando deve compreender de que está partindo a ordem, pois o mestre não se revela, mas sim, é revelado. Nele tentamos inverter a ordem da música indicando o que o dançarino deve fazer, pois o músico também dança conosco. Como qualquer jogo, estabelecemos regras a cada apresentação para jogarmos com paridade.

Ficha técnica

Direção: coletiva
Elenco: Joyce Barbosa, Lília Maranhão, Iara Costa, Mylla Maggi, Débora Regra, Maurício Barbosa.
Musicos: Daniel Jesi, Rieg Roding
Producao: Coletivo som e osso.

 

Fonte: ascom

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