O dia 28 de junho marca a data do nascimento do movimento LGBT no mundo. De lá para cá muita coisa mudou. Se os afetos entre pessoas do mesmo sexo eram considerados crime em quase todos os países, hoje, o reconhecimento de direitos civis para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais avança no mundo.
No Brasil, a união civil, o casamento homoafetivo, o direito de alterar o nome no registro de nascimento sem a necessidade de cirurgia de redesignação sexual foram direitos alcançados graças aos Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Vários estados, como o da Paraíba, possuem leis que punem administrativamente a discriminação contra as pessoas LGBT.
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A produção cultural LGBT aumenta. Novelas, filmes e programas midiáticos tratam de temas como casamento, adoção, identidade de gênero, homofobia com mais naturalidade e aceitação do público aumenta cada vez mais.
A violência enfrentada pelas pessoas LGBT, contudo, parece longe de sua diminuição. Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), que há 38 anos realiza levantamentos anuais sobre assassinatos motivados por homofobia e transfobia, em 2017, 445 LGBTs foram mortos, representado uma vítima a cada 19 horas.
Os dados de 2017 representam um aumento de 30% em relação a 2016, quando foram registrados 343 casos. Em 2015 foram 319 LGBTs assassinados, contra 320 em 2014 e 314 em 2013. Dessa forma, os crimes violentos contra essa população LGBT no ano passado são três vezes maior do que o observado há 10 anos, quando foram identificados 142 casos.
O dia internacional do orgulho LGBT serve não apenas para celebrar a diversidade sexual e de gênero existente na sociedade, mas também para refletir sobre os desafios a serem enfrentados para que os direitos fundamentais de todos e todas que tem uma orientação sexual e identidade de gênero minoritária sejam gozados plenamente.
28 de junho de 1969
Esta data deve-se a madrugada de 28 de Junho de 1969, em Nova York. O bar gay Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich, sofre mais uma batida policialonde vários clientes são presos sob alegaçãode “conduta imoral”. O local era majoritariamente frequentado por lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. O argumento de conduta imoral era um disfarce para esconder o real motivo da ação: homofobia.
Naquela época, não era permitido espaços de socialização para as pessoas heterossexuais. Stonewall Inn funcionava, contudo, devido a propinas pagas as autoridades. Isso não bastava para o local ser um ambiente seguro para as pessoas LGBT.
No dia da “Revolta de Stonewall”, o transporte para conduzir os clientes presos demorou a chegar. Aos poucos, pessoas que estavam fora do recinto começam a se reunir em solidariedade ao que estava ocorrendo dentro do bar. Tempos depois, uma mulher lésbica foi levada para fora, mas conseguiu se soltar e reagiu ao que estava acontecendo. Foi o começo do confronto que se tornou violento e durou cerca de três dias com várias manifestações ocorrendo em vários pontos da cidade.
No ano seguinte foi organizada a primeira parada do orgulho LGBT em Nova York. A partir dela, os eventos se tornaram símbolos da luta por direitos das pessoas de sexualidade e gênero diferente da maioria.
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