Quem acompanha as redes sociais tem percebido, especialmente em várias páginas do Facebook, que várias postagens que contém imagens estão colocando a hashtag #PraCegoVer com a descrição do conteúdo visual.
#PraCegoVer, segundo a página do projeto no Facebook, visa a disseminação da cultura da acessibilidade nas redes sociais e tem por princípio a audiodescrição de imagens para apreciação das pessoas com deficiência visual, idealizado pela professora baiana Patrícia Braille, que trabalha com educação especial e tem muitos amigos cegos.
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As pessoas com deficiência visual navegam na internet com a ajuda de programas leitores de tela como Jaws, NVDA, DoxVox, além de outros, que transformam em voz o conteúdo dos sites. Contudo, essas ferramentas não descrevem as imagens.
A audiodescrição é uma tradução que consiste em transformar imagens em palavras, obedecendo a critérios de acessibilidade, respeitando as características do público a que se destina, principalmente, para pessoas cegas, mas pessoas com dislexia, deficiência intelectual ou com déficit de atenção tem beneficiado também.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem 39 milhões de cegos no mundo. No Brasil, segundo dados do IBGE de 2010, das mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, 528.624 são incapazes de enxergar.
Diversas políticas públicas foram implementadas nos últimos anos no Brasil visando aumentar a acessibilidade e diminuir as diversas barreiras que as pessoas cegas enfrentam. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146 de 2015) é um marco legal relevante neste sentido.
#PraCegoVer tem conseguido derrubar as barreiras nas comunicações e na informação para as pessoas que não enxergam nas redes sociais. Em Fortaleza (CE), o projeto foi incluído na lei municipal 10.668/2018, estabelecendo que toda página de serviços públicos deve utilizar a hashtag com descrição de imagem. Seria bom que outros municípios brasileiros seguissem o exemplo da capital cearense.
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